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A primeira hora de vida

08/03/2021

Eis que chega o momento do nascimento!

Grandes mudanças vem por aí... O nenê sai de um ambiente aquático, escuro, quentinho e nasce uma mãe, um pai e uma nova família.

Essa chegada é tão especial que é considerada e conhecida como a hora de ouro. A primeira hora de nossas vidas.

Uma hora em que fazer o chamado contato pele a pele pode mudar uma vida!

Não faltam estudos mostrando as vantagens de segurar o recém-nascido bem juntinho de você. E acredite: não é só ele que sai ganhando

Tudo isso? Como assim?

São vários benefícios:

• As primeiras bactérias que o bebê entra em contato são as da vagina da sua mãe (no parto) e, depois, são as da pele da sua mãe. Isso vai ajuda-lo a formar o que se chama microbiota. Estes germens fazem diferença para prevenção de doenças crônicas – principalmente as alérgicas. Elas são importantes para várias coisas – inclusive para o estado de humor. Há profissionais que tem usado uma bucha na vagina da mãe, em casos de parto cesárea, para passa-la no recém nascido para que não se perca a possibilidade de adquirir germes da vagina materna. Ouvi vários relatos mas desconheço a literatura e não tive esta experiência (ainda).

• Existe uma melhor estabilização fisiológica do nenê – ou seja – manter temperatura corporal, adequar a respiração, batimentos do coração;
• Seria um ápice de um parto que banhou a mulher de endorfinas, preparando-a para um dos maiores encontros de sua vida: com o seu bebe.  Ajuda também na liberação da placenta.

Muito mais que benefício é pensar neste encontro como um contato amoroso. É saber que este contato pode criar um vínculo tão grande que irá minimizar maus tratos, doenças (pois facilita muito e prolonga a amamentação), que acolhe uma mulher e um bebe que estão vivendo um momento especial. Um encontro muito emocionante e ímpar.

Como é feito?

O bebê saudável, com respiração normal, fica sobre o abdômen ou tórax da mãe, direto na pele. De acordo com vontade da mulher, é colocado ao seio para que faça algumas sucções e deixe no mamilo o sabor do líquido amniótico (que ele engoliu toda a vida fetal).

Te liga que é contato pele-a-pele, não adianta enrolar num casulo o bebe e dar um beijo, tem que ser todiiiiiinha a primeira hora de vida!

Já tem tanta literatura dizendo isso, a Organização Mundial da Saúde preconiza, já tem até portaria do Ministério da Saúde (numero 371, publicada em maio de 2014) que assegura esse direito.  

Existem justificativas suficientes para dizer que o contato pele a pele é uma ação de saúde, é um remédio para o bebê e para a mulher, é uma medicação ampliada, é uma intervenção positiva na saúde do binômio mãe e filho.

Precisamos enxergar o valor para a saúde física, emocional e afetiva desse momento. Os profissionais da saúde devem entender a magia que pode acontecer e ser um facilitador deste processo.

Não há caminhos na assistência ao nascimento que não necessitem de respeito por nossa parte (profissionais). Respeitar a fisiologia. Desenvolver o olhar de que “o parto é um ato da mulher, não é um ato médico ou de nenhum profissional’

Já participei de muitos partos (só não conto há quantos anos) e sempre encontramos momentos únicos e de transformação. Uma emoção que contagia.

E tu? Conta tua experiência! Já viveu isso? Não? Quer viver?

Por Maria Amália, Pediatra Neonatologista e mãe da Elisa.

Para conhecer mais o trabalho da Maria Amália é só acessar o instagram @amaliasaavedraped.

 

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